Quando a democracia custa R$70 por semana
A deflagração da Operação Sufrágio pela Polícia Federal em Itaipulândia, no Paraná, é um daqueles episódios que expõem, sem filtros, a ferida aberta da política brasileira: a banalização do voto e a naturalização da corrupção eleitoral.
Segundo as investigações, motoristas teriam recebido R$70 por semana para circular com propaganda eleitoral em seus carros. O dinheiro, maquiado como “ajuda de custo com combustível”, foi oferecido por uma apoiadora de um candidato a prefeito em plena campanha de 2024. O esquema era tão corriqueiro que teria até lista, encontros em associação e até anotações de quem devia receber. Uma mecânica bem montada para comprar apoio e garantir votos — ou pelo menos visibilidade.
Setenta reais. Um valor irrisório, menor que uma compra semanal no supermercado, foi suficiente para cooptar pessoas a transformarem seus carros em outdoors ambulantes e, pior, para perpetuar uma prática que mina os alicerces da democracia. E essa é a questão central: cada vez que alguém vende seu voto, ou se presta a dar suporte a esse tipo de esquema, legitima o cinismo de políticos que enxergam o eleitorado como gado a ser negociado por trocados.
Esse caso em Itaipulândia não é uma exceção. Pelo contrário: ele é o sintoma de um problema estrutural. De norte a sul do Brasil, campanhas eleitorais se apoiam em esquemas semelhantes, muitas vezes invisíveis ou socialmente tolerados. Há quem diga: “Ah, mas é só um dinheiro para a gasolina, não é compra de voto.” Esse argumento é falso e perigoso. Porque todo e qualquer recurso dado em troca de apoio explícito, ainda mais organizado em massa, é corrupção eleitoral. É crime.
O que impressiona é a naturalidade com que muitos aceitam participar. O eleitor esquece que cada vez que cede seu voto — ou sua imagem — por dinheiro está reforçando justamente as estruturas que depois o deixarão desassistido, invisível, explorado. O político que paga para se eleger não terá escrúpulos em roubar para recuperar o investimento.
É, portanto, importante não apenas que a Justiça Eleitoral investigue e puna os responsáveis, mas que cada cidadão reflita sobre o papel que exerce nesse ciclo vicioso. É hora de tratar o voto com a dignidade que ele merece. R$70 não compram um litro de ética, nem enchem o tanque da cidadania.
O voto é a única arma legítima do povo contra as elites que o oprimem. Vender essa arma é desarmar-se diante dos próprios inimigos. Que o caso de Itaipulândia sirva de exemplo e alerta: o preço da consciência não pode ser uma nota de cinquenta e duas de dez.
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